Projeto de divulgação da memória do Marabaixo, maior tradição cultural do Amapá

domingo, 29 de novembro de 2015

Fotos das Tias no Wasabi Pocket Show

No dia 6 de novembro, duas fotos de autoria de Fabio Gomes que fazem parte da exposição As Tias do Marabaixo foram expostas no varal fotográfico do Wasabi Pocket Show, evento realizado em Paragominas (PA). 

O evento foi uma iniciativa da cantora Mai Momonuki, que escolheu pessoalmente as fotos a serem expostas (saiba mais aqui). 

  • Em 7/11, os cinco curta-metragens da série As Tias do Marabaixo seriam exibidos na abertura do primeiro Sabailinho, no restaurante Azul com Laranja, em Porto Velho (RO). A exibição não foi possível por questões técnicas. Até o momento, não estão programadas novas exibições dos filmes ou da exposição. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Agenda: Eventos em Rondônia e no Pará



Neste final de semana, o projeto As Tias do Marabaixo será destaque em dois eventos realizados em diferentes estados da região Norte.

No sábado, 7 de novembro, a partir das 20h, os cinco curta-metragens dirigidos por Fabio Gomes abrem o Sabailinho - Seu bailinho de sábado, realizado no Azul com Laranja, em Porto Velho (RO). Também haverá um sarau aberto de poesia e música com o grupo 3DNós, e uma performance musical do percussionista Bira Lourenço.



  • Um dia antes, na sexta, 6/11, em Paragominas (PA), estas duas fotos que integram a exposição As Tias do Marabaixo estarão no "varal fotográfico" do Wasabi Pocket Show, uma iniciativa da artista Mai Momonuki que inicia a partir das 16h na praça Célio Miranda. Além de Mai, irão se apresentar Rafael Costa, Diego Rodrigues, Filipe Santos e Maués. Outros artistas irão dar canjas, e haverá ainda um recital de poesias. A própria Mai Momonuki selecionou estas duas fotos de Fabio Gomes para o evento. 

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Apresentações do projeto na Bahia


Cuiabá - A viagem para divulgação do projeto As Tias do Marabaixo junto a entidades culturais que possam vir a contratar a mostra das fotos e dos curtas-metragens se aproxima do final. Saí de Macapá em junho, logo após as comemorações do Dia Estadual do Marabaixo (16 de junho) e devo estar de volta para o Encontro dos Tambores (segunda quinzena de novembro). 

Na viagem, passei inicialmente por Belém, Palmas, Paraíso do Tocantins (onde fiz a primeira mostra do projeto fora do Amapá), dali seguindo para a Bahia, onde planejava ficar 3 semanas e acabei permanecendo 3...meses. A estada prolongada na chamada "Boa Terra", além de muito agradável em termos pessoais, também me ajudou a dar uma nova cara ao projeto. Foi em Salvador que estruturei uma nova atividade cultural, a minha Oficina de Cinema Independente, onde divido com os participantes minha experiência em ter realizado os curtas d'As Tias, falando sobre cinema independente, montagem e finalização, festivais de cinema e mercado exibidor. 

Chegando a Salvador em 24 de julho, de imediato contatei as Secretarias de Cultura, no âmbito municipal e estadual e obtive os contatos do principal SESC da cidade (o Sesc-Senac Pelourinho), que me informou que receberia projetos culturais apenas a partir de novembro. Da capital, portanto, eu poderia ir a Jequié, cidade próxima a Vitória da Conquista, onde já estava acertada uma exibição dos curtas, e dali seguir viagem para outros estados. A ida a Jequié, porém, teve algumas mudanças de data: seria em 6 de agosto, ficou para o dia 13 e, devido a uma paralisação de funcionários da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), acabou transferida para 11 de setembro. Essa pausa foi muito bem aproveitada, devo dizer: usei-a para estruturar o conteúdo da Oficina de Cinema, e já comecei a oferecer sua realização para diversas instituições culturais e também de ação social da Bahia. Também coloquei a Oficina à disposição da UESB, de modo que a ida a Jequié em setembro não era mais apenas para exibir os curtas, mas também para realizar na cidade a primeira edição da Oficina. Lá, entre os dias 11 e 13 de setembro, exibi os curtas-metragens d'As Tias do Marabaixo pela primeira vez fora da região Norte, e aproveitei para rodar mais um curta com temática negra e feminina: Você é África, Você é Linda, lançado no YouTube em outubro. Meus agradecimentos à direção da UESB e a Selma de Oliveira, que fez a produção local da Oficina e também atuou no meu novo curta. 


Exibição dos curtas em Jequié - 11.9.15


De volta a Salvador, optei por ficar mais um mês, a fim de contatar instituições dos dois campos (social e cultural) que pudessem se interessar tanto pelo projeto Tias do Marabaixo quanto pela Oficina de Cinema. Aproveitei também alguns eventos, como o seminário Juventude Negra de Terreiro - Desafios do Mundo do Trabalho, realizado no Centro Cultural da Câmara de Salvador em 25 de setembro, para divulgar as duas iniciativas. 

Quando minha estada se aproximava do final, tive uma agradável surpresa: a Diretoria de Bibliotecas Públicas do Estado da Bahia, um dos órgãos da Secretaria Estadual da Cultura, me convidou para apresentar o projeto na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, no bairro dos Barris. Trata-se da mais antiga biblioteca do Brasil, em funcionamento ininterrupto desde 1811. A princípio, os curtas seriam incluídos em uma das sessões regulares de cinema promovidas pela Biblioteca, programada para o dia 14 de outubro. Mas a direção da Dibip optou por fazer um evento especificamente para mostrar na capital baiana as fotos e os curtas d'As Tias do Marabaixo, no dia 13 de outubro, o que muito me honra e mostra o respeito que esta instituição cultural baiana tem pelo projeto que divulga a cultura popular do Amapá. Na foto que abre o post, vemos alunas do Colégio Estadual Senhor do Bonfim, de Salvador, visitando a exposição de fotos, montada no corredor da Biblioteca. Na foto abaixo, apareço conversando com estudantes desta mesma escola, após a exibição dos filmes. No espaço para perguntas, os jovens baianos se mostraram curiosos sobre se haveria presença de culto aos orixás do Candomblé nas festas de Marabaixo (ao que respondi que não, o Ciclo do Marabaixo festeja o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade). 

Não há como descrever a minha satisfação ao ouvir estes adolescentes nordestinos se dizendo encantados com a vitalidade de Tia Zefa. Ou definindo como "divo" o chapéu que Tia Chiquinha costumava usar. Ou ainda cantando, ao sair da sala de projeção, o refrão da música que faz parte do curta que homenageia Tia Biló: É de manhã, é de madrugada... 

Nesta reta final da viagem, com tempo menor de permanência nas etapas seguintes (Goiânia e Cuiabá, onde me encontro), estou priorizando os contatos com as instituições culturais, mas ainda devem acontecer apresentações do projeto em Rondônia (a confirmar) e Roraima nas próximas semanas. Informarei assim que puder!

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Estreia do projeto em Paraíso (TO)

Foto: Cláudio Macagi


No dia 22 de julho, realizei em Paraíso (TO) a primeira mostra do projeto As Tias do Marabaixo fora do Amapá. O evento aconteceu na Oficina Geral, a convite do gestor do espaço, Cláudio Macagi. O público que compareceu (numa data em que a Oficina abriu especialmente para o evento, já que não funciona regularmente às quartas no mês de julho) pôde conferir a exposição com 18 fotos do making-off do doc As Tias do Marabaixo e assistir aos cinco curtas-metragens já lançados. 

Falei um pouco sobre o projeto antes da projeção dos curtas. No debate que se seguiu à exposição, algumas pessoas destacaram pontos que viam em comum entre o Marabaixo e outras manifestações culturais brasileiras de matriz africana, e manifestando sua admiração por conhecer mais sobre a cultura negra do extremo Norte do Brasil. 

Agradeço a Cláudio Macagi o convite para realizar o evento em seu espaço, e também expressar minha gratidão aos amigos André Donzelli "Porkão" pelo apoio em minha estada em Palmas, e a Eduardo Mesquita e Pedro Fernandes pelo "help" na minha breve passagem por Goiânia (cerca de 12 horas, período que decorreu entre minha chegada vindo de Belém e minha partida para Palmas). Do Tocantins, segui para a Bahia, continuando a viagem de divulgação do projeto. 

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Curtas serão apresentados pela primeira vez fora do Amapá

Nesta quarta, 22 de julho, será realizada a primeira sessão dos curtas da série As Tias do Marabaixo fora do Amapá. 

O evento acontece na Oficina Geral, em Paraíso (TO), cidade distante 63 da capital, Palmas. As fotos que retratam o making off das filmagens também estarão em exposição no local. 

Após a sessão, o diretor dos filmes, o jornalista Fabio Gomes (ao lado, em foto com Tia Chiquinha) conversa com o público presente. Encerrando a noite, haverá uma roda com músicos apresentando trabalhos autorais. 

Serviço

Mostra dos curtas As Tias do Marabaixo
Oficina Geral
Paraíso, TO
Quarta, 22/7, 20h


sábado, 13 de junho de 2015

Lançada em Macapá campanha de valorização do Marabaixo

Elísia Congó é a segunda da esquerda para a direita
Fotos: Fabio Gomes


Nesta sexta-feira, Elísia Congó, presidente da Federação Folclórica do Amapá, e o jornalista Fabio Gomes, autor do projeto As Tias do Marabaixo, estiveram em algumas instituições de ensino de Macapá realizando as primeiras imagens da Campanha de Reconhecimento e Valorização da História do Marabaixo. A campanha é uma iniciativa da Federação Folclórica do Amapá. 



Laura do Marabaixo, compositora e intérprete
Há alguns anos, durante o Ciclo do Marabaixo, apresentou-se a resistência negativa de um cidadão que fez denúncia à Polícia, que veio até o Barracão Tia Gertrudes e intimidou, proibindo a continuidade do Marabaixo. 

A Comunidade Marabaixeira reuniu-se e saiu às ruas buscando apoio e respeito junto aos Órgãos competentes como: Ministério Público Federal e Municipal, Justiça Estadual, Palácio do Governo, Câmara dos Vereadores, PMM-Prefeitura Municipal de Macapá e Assembléia Legislativa. 

No momento, se colheu assinaturas de toda a população.

O deputado Dalto Martins prometeu e cumpriu apresentar o Projeto de Lei nº 0049/10, de 16/6/2010, criando o DIA ESTADUAL DO MARABAIXO. 

Efetivando de fato e de direito nossa identidade, resistência secular de nossos ancestrais que trouxerma, juntamente com sua bagagem, parte de sua cultura e se perpetuando em nossa Macapá, tocando e criando ladrões que retratam a vivência de um povo sofrido, mas, acima de tudo, inteligente e resistente, que manteve aos trancos e barrancos sua cultura, mostrando que sempre teve memórias e histórias a ser cantadas em versos e prosas desse ladrão. 



Marabaixo


Folclore do Estado do Amapá - Crenças, costumes e cerimônias de um povo, que através de suas gerações eterniza suas vivências. 

Herdados dos primeiros negros que vieram do Continente Africano, ainda por volta de 1750 para a construção da Fortaleza de São José de Macapá e trouxeram em sua bagagem como forma de resistência parte de sua cultura.

Teve essa denominação por trazer os negros em navios do Continente Africano Mar-a-Baixo.

Marabaixo - Dança formada por caixas e cantos, envolvidos por elementos católicos retratando o cotidiano de um povo, louvação a santos e africanos como oferendas.

Não existe em outro estado brasileiro, tendo a honra de ser genuinamente amapaense. 



DIA ESTADUAL DO MARABAIXO 2015

16 de junho, terça-feira

Programação


9h - Sessão Solene na Assembleia Legislativa

11h - Panfletagem na rua Cândido Mendes (comércio)

15h - Workshop no Cepajob

19h - Grande Marabaixo no Barracão Tia Gertrudes (rua Duque de Caxias, esq. Manoel Eudóxio, bairro Santa Rita)



















quarta-feira, 10 de junho de 2015

Como medir a felicidade?


Na noite de 5 de junho, sexta-feira passada, aconteceu a exibição pública dos cinco curtas que compõem a série As Tias do Marabaixo, durante a segunda edição, no Bar do Nêgo, do Projeto Vitrola Cultural, coordenado pela socióloga Patrícia Pinheiro e que conta com os DJs Ronnie Santos, Flávio Gutembergue e Jader Roots; o projeto visa resgatar a cultura de ouvir música em vinil, e também abre espaço para outras manifestações culturais. Em plena orla de Macapá, a poucos metros do rio Amazonas, o maior rio do mundo, quem esteve presente pode ver, pela primeira vez num único evento, a série completa (os curtas já haviam sido exibidos em dois eventos do grupo poético Pena e Pergaminho, sendo três num evento e dois no outro). Não tenho palavras para expressar minha satisfação e alegria com o convite e mais ainda com a efetiva exibição. Naturalmente, por se tratar de uma apresentação num bar - espaço onde exibições de filmes são raras -, o nível de atenção foi bem diverso do que observei quando da mostra nos encontros do Pena e Pergaminho: enquanto algumas pessoas simplesmente ignoravam os filmes, houve quem levantasse da cadeira e começasse a dançar! Um momento muito feliz que aconteceu quase no encerramento, perto de 1h da manhã, quando começamos a exibir o curta final, Tia Zezé no Encontro dos Tambores.

Sei bem que ainda não se inventou um modo de medir a felicidade. Mas também tenho a plena certeza de que mais feliz ainda foi não um momento só, mas uma noite inteira, pouco mais de três semanas antes da noite citada acima. Me refiro à noite de 13 para 14 de maio, a Quarta-Feira da Murta do Divino Espírito Santo. Apenas duas das casas que celebram anualmente o Ciclo do Marabaixo em Macapá comemoram a Quarta da Murta do Divino, ambas no bairro do Laguinho - a Casa do Mestre Pavão, sede da Associação Folclórica Marabaixo do Pavão, e o Centro Cultural Tia Biló, da Associação Cultural Raimundo Ladislau. O motivo é que estas duas casas homenageiam igualmente o Divino Espírito e a Santíssima Trindade, enquanto as outras casas (Barracão Tia Gertrudes e Associação Zeca e Bibiana Costa, ambas no bairro da Favela, e Herdeiros do Marabaixo, do distrito de Campina Grande) festejam apenas a Santíssima Trindade. 

Quem acompanha o projeto As Tias do Marabaixo sabe que meu intuito é homenagear cinco senhoras negras que são consideradas memórias vivas do Amapá: Tia Zefa, Tia Chiquinha, Tia Biló, Natalina e Tia Zezé. Diante, porém, do ocorrido na Quarta da Murta do Divino na sede da Associação Raimundo Ladislau, eu não pude deixar de me sentir homenageado também. Nesta noite, a convite de minha amiga Laura do Marabaixo, neta da Tia Biló, os banners com as fotos da minha exposição "As Tias do Marabaixo" ficaram expostoas durante todo o tempo da festa (ou seja, de 18h até o amanhecer, praticamente 13h). Mais que isso: as fotos foram dispostas de modo a estarem no centro da roda formada pelos dançarinos de Marabaixo, que assim faziam a festa em volta das imagens que retratavam a própria festa! Com toda a certeza foi um dos momentos mais felizes de toda a minha vida. :)

O Ciclo do Marabaixo 2015 encerrou neste domingo, 7 de junho, com a derrubada dos mastros nas cinco casas que celebram anualmente a Santíssima Trindade e o Divino Espírito Santo. Na próxima semana, acontece na Praça da Bandeira programação alusiva ao Dia Estadual do Marabaixo (16 de junho). Depois disso, sigo para algumas semanas em Belém, a caminho de  Taquaruçu, distrito de Palmas, onde os cinco curtas serão exibidos no Cine Mutum, evento paralelo ao Mutum - 1ª Mostra de Música Instrumental e Cultura Popular do Tocantins, que acontece de 10 a 12 de julho. O caráter alternativo das exibições relatadas neste texto também se estende à viagem: pretendo percorrer vários estados com a exposição e os curtas evitando o uso de avião sempre que isso seja possível - vou de Macapá para Belém de navio, e de lá para Palmas de ônibus (no caso, indo primeiramente do Pará para Goiás, e de lá pro Tocantins).


quarta-feira, 3 de junho de 2015

Curtas serão exibidos no projeto Vitrola Cultural em Macapá nesta sexta



Nesta sexta, 5 de junho, os curtas-metragens As Tias do Marabaixo serão exibidos dentro da programação do projeto Vitrola Cultural, no Bar do Nêgo (Complexo da Beira-Rio, em frente ao Macapá Hotel). O evento estreou com sucesso na sexta-feira passada e abre nesta segunda edição espaço para cinema, com o nosso projeto, e para a poesia, vários grupos já confirmaram a participação. 

Para nós é uma honra poder exibir o nosso trabalho voltado para a difusão da cultura do Marabaixo, uma tradição nascida do povo amapaense, num local que é ao mesmo tempo um dos espaços mais democráticos da nossa sociedade (um bar) e também situado às margens do rio Amazonas, o maior rio do mundo. Agradecemos o convite à amiga Patrícia Pinheiro, coordenadora geral do evento.

A proposta do Vitrola Cultural é difundir a cultura musical através dos discos de vinil (você pode levar exemplares da sua coleção, e um dos DJs do projeto  - Ronnie Santos, Flávio Gutembergue e Jader Roots - irá tocar a faixa que você escolher), e ainda abrir espaço para manifestações de outras artes: teatral, escrita e falada, artes plásticas, artesanato, danças, feiras de trocas e vendas, brechó e bazar, religiosidade, afro, além de audiovisual, artes circenses, de gênero, jogos de tabuleiro e esportes. 

Longa vida ao Vitrola Cultural! 


quinta-feira, 28 de maio de 2015

Curtas são destaque no blog de Humberto Finatti

Pela primeira vez, o documentário As Tias do Marabaixo foi noticiado por um jornalista de fora do Amapá. 

O jornalista Humberto Finatti publicou há pouco atualização do post mais recente de seu blog Zap'n'Roll, que, há 12 anos no ar, é um dos endereços mais longevos do jornalismo cultural brasileiro (com ênfase em rock e cultura pop). Na atualização, Finatti lista suas tradicionais dicas de final de semana, onde nosso conjunto de cinco curtas-metragens já lançados está lado a lado com a recomendação para o leitor ir à exposição de Joan Miró recentemente inaugurada em São Paulo, e dos novos CDs de Faith no Moore e Mumford & Sons, além do site Nada Pop e do blog Impaciente e Indeciso. O trecho do post onde o doc é citado é reproduzido abaixo. Para ler o post na íntegra, acesse o Zap'n'Roll.


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* Doc bacana pra assistir na web: produzido, dirigido, montado e editado pelo jornalista e cineasta Fabio Gomes (e que é além de tudo, dileto amigo dessas linhas rockers online), As Tias do Marabaixo é uma fascinante viagem sonora e visual por um dos ritmos musicais regionais mais conhecidos e festejados do Amapá – o Marabaixo. O documentário, que é dividido em vários vídeos e pode ser assistido no YouTube, foi concebido por Fabio (que mora em Macapá, capital do Estado, e é um jornalista musical atuante e mega conhecido no Norte brasileiro, sendo editor do bacaníssimo blog Som do Norte) para mostrar como a cultura do instrumento e do ritmo percussivo é passado de geração em geração através de décadas já, com enfoque nas “tias”, senhoras já idosas mas que continuam dedicando sua vida à preservação da memória musical deste genuíno ritmo amapaense. 

Vale muito assistir, sendo que você pode conferir tudo sobre o documentário (e visualizá-lo também) aqui: https://www.youtube.com/playlist?list=PLX-_10y1i7Kc1ABQiZObbxLGxqB4WbPcN

E saber mais sobre ele aqui, sendo que o blog do projeto já atingiu cerca de três mil acessos: http://tiasdomarabaixo.blogspot.com.br/.


 
Zap’n'roll e o jornalista Fábio Gomes em Macapá, em outubro de 2014

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Projeto As Tias do Marabaixo é destaque em revista e site

Nesta semana, o projeto As Tias do Marabaixo foi destaque em outras mídias. Primeiramente, na revista Vanguarda Cultural - Uma Odisseia nos Trópicos, em sua primeira edição de 2015. A revista é editada em Macapá pelo artista Aroldo Pedrosa, que me convidou para escrever sobre o projeto em homenagem às senhoras do Marabaixo. Eram os primeiros dias de março, e escolhi para ilustrar a matéria duas fotos que eram até então rigorosamente inéditas - uma delas, na qual aparece Tia Chiquinha com uma bandeira do Brasil ao fundo, foi utilizada como imagem final do curta Tia Chiquinha, lançado em 8 de março.

O mesmo texto, com ligeiras adaptações, foi publicado na minha estreia como colunista do site Digestivo Cultural, de São Paulo, onde semanalmente irei relatar a itinerância do projeto. Clique aqui para ler. 





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AS TIAS DO MARABAIXO,
O PROJETO


Em 15 de setembro de 2014, foi inaugurada no Amapá Garden Shopping, em Macapá, minha primeira exposição individual de fotos, intitulada As Tias do Marabaixo. Durante uma quinzena, os visitantes do local puderam ver 16 fotos minhas retratando Tia Chiquinha, Tia Zefa, Natalina, Tia Zezé e Tia Biló, então os maiores nomes vivos do Marabaixo (Tia Chiquinha veio a falecer recentemente, em 18 de fevereiro). Até o final do ano passado, a exposição percorreu algumas escolas da capital e permaneceu 10 dias na Galeria de Arte do Museu Fortaleza de São José - nem em sonho eu imaginei que um dia meu trabalho estaria exposto num prédio histórico do século 18! Neste 13 de maio, 127 anos da Abolição da Escravatura, a exposição volta a ser exibida ao público, em outro lugar da maior importância: a casa onde viveu Mestre Julião Ramos, pioneiro do Marabaixo do Laguinho e pai de Tia Biló.



Tia Chiquinha (de chapéu), Josefa Ramos (com o microfone)
Tia Zefa (com a flor azul no cabelo) - 22.6.14


O projeto, porém, é bem mais abrangente (talvez o termo certo seja "ambicioso") do que apenas uma reunião de fotos - creio que basta dizer que as imagens expostas foram selecionadas de um total de mais de 3.600... Boa parte delas foi captada durante as filmagens de entrevistas com as senhoras citadas, e também em festas do Ciclo do Marabaixo 2014. O material filmado dará origem a um documentário de longa-metragem e cinco curtas, cada um deles dedicado a uma das entrevistadas. O primeiro curta, Tia Zefa no Dia da Consciência Negra 2014, foi lançado em 26 de fevereiro, dia em que a homenageada completou 99 anos. O quinto e último curta, em homenagem a Tia Zezé, foi lançado em 21 de abril. Já em relação ao longa não há como fixar uma data no momento. Classifiquei o projeto como "ambicioso" em virtude das outras ações previstas - além da exposição e dos filmes (e de uma coleção de camisetas temáticas), pretendo lançar dois livros, um com uma seleção de fotos, outro com a íntegra dos depoimentos captados, isso sem falar no lançamento, é claro, dos próprios filmes, curtas e longa, em DVD.


A ideia do filme começou a nascer em 8 de maio de 2013, quando, levado pela cantora Patrícia Bastos, estive na festa da Quarta-Feira da Murta do Espírito Santo nas duas casas do bairro do Laguinho que a celebram: primeiro fomos à casa da Tia Biló, passando depois rapidamente pela sede do Grupo do Pavão, onde Patrícia me apresentou à Tia Chiquinha. A festa, o ambiente, a sensação de estar presenciando uma tradição viva e muito rica, sem similar com nada que eu já houvesse visto em minhas andanças pelo Brasil, me animaram a pensar numa série de entrevistas com estas senhoras que dedicaram sua vida ao Marabaixo, ajudando desta forma a preservar e difundir suas lembranças. Inicialmente, porém, eu planejava fazer as entrevistas em áudio, para veiculá-las em meu blog Som do Norte. Felizmente minha amiga Andreia da Silva Lopes, sobrinha de Tia Zefa, sugeriu que eu captasse o material em vídeo. "Sendo assim", respondi, "não tem porque restringir o material ao meu blog. Vamos fazer um filme logo duma vez!". Entrei em contato com a Graphite Comunicação, que recentemente lançara um clipe de animação de "Mal de Amor", e acertamos nove dias de gravação durante o Ciclo do Marabaixo de 2014. A primeira gravação foi no Curiaú, uma entrevista com Tia Chiquinha, em 7 de maio, praticamente um ano após a noite em que nos conhecemos. 

Depois ouvimos, pela ordem, Tia Zefa, Natalina, Tia Zezé (com quem gravamos numa noite de Marabaixo no Barracão Gertrudes Saturnino, no antigo bairro da Favela, hoje Santa Rita) e Tia Biló; além de quatro noites de festa, cobrimos também o Cortejo da Murta, que reúne grupos de Marabaixo de Macapá e cidades vizinhas, que vão da orla do Rio Amazonas até a Igreja de São José para buscar a bênção para os brincantes do Marabaixo. Esta tradição, interrompida nos anos 1940 quando o padre Júlio Maria Lombaerd impediu que os negros entrassem tocando caixa na igreja, foi retomada em 2012. O último dia de filmagens no Ciclo, 27 de junho, coincidiu com a data da festa pelos 94 anos de Tia Chiquinha (na verdade, completados na véspera). Posteriormente, em novembro, registrei em foto e vídeo quatro dias do 20º Encontro dos Tambores (que teve imagens utilizadas nos curtas sobre Tia Zefa, Natalina e Tia Zezé). 

O primeiro semestre de 2015 será dedicado ao lançamento dos curtas e sua exibição, bem como a continuidade da circulação da exposição, por instituições de ensino e espaços culturais de Macapá, além, é claro, dos barracões onde se realizam os festejos do Ciclo do Marabaixo. Para o segundo semestre, a intenção é, simultaneamente à preparação do longa-metragem, circular com os curtas por festivais de cinema Brasil afora.


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Tem exposição de fotos d'As Tias do Marabaixo dia 13, na Quarta da Murta no Laguinho

Texto e foto: Fabio Gomes

Tia Biló


A convite de Laura do Marabaixo, neta da Tia Biló, estarei na quarta, 13 de maio, levando minha exposição de fotos d' As Tias do Marabaixo a um importante endereço de Macapá - a casa da rua Eliezer Levy, no bairro do Laguinho, onde morou Mestre Julião Ramos e atual sede do Centro Cultural Tia Biló. Foi lá que, levado pela cantora Patrícia Bastos, eu conheci em 2013 o Marabaixo em sua verdadeira essência. Também ali foram filmadas cenas do meu documentário As Tias do Marabaixo, incluindo as cenas que resultaram em meu curta-metragem Tia Biló, lançado em março. Só a importância do local em si para a História do Marabaixo já seriam suficientes para me alegrar imensamente, mas há mais dois aspectos que tornam a ocasião ainda mais especial:

  • Dia 13 de maio, como é de conhecimento geral, é a data de assinatura da Lei Áurea, que pôs fim à escravidão no Brasil, em 1888. Agora em 2015, a data coincide com o festejo da Quarta-Feira da Murta do Divino Espírito Santo, rodada de Marabaixo festejada apenas no bairro do Laguinho, e cujas comemorações vão até o amanhecer da Quinta-Feira da Hora, quando é levantado o Mastro do Divino Espírito Santo, que será buscado nas matas do Curiaú neste sábado, dia 9. 

  • Será a primeira exibição pública dos novos banners com as fotos da exposição, confeccionados no mês passado. São nas dimensões 60x90, um pouco menores que os banners originais, expostos em dezembro na Fortaleza de São José de Macapá, e que doei para o acervo do Grupo Poético Pena & Pergaminho. O tamanho dos novos banners os torna mais apropriados para transporte que os anteriores, algo importante porque já começam a chegar convites para que eu exponha as fotos e exiba os curtas em outros estados brasileiros, o que devo fazer a partir do final do atual Ciclo do Marabaixo. 


A foto que abre este post faz parte da exposição As Tias do Marabaixo.



Ciclo do Marabaixo: Sábado do Mastro tem programação no Curiaú e Favela com conscientização ambiental

Por Mariléia Maciel
Fotos: Márcia do Carmo



O Marabaixo da Favela continua neste final de semana cumprindo  o calendário do Ciclo, e os integrantes da Associação Berço das Tradições Amapaenses  seguem para as matas do Curiaú onde o mastro será retirado. A derrubada do tronco acontece no dia 9, o chamado Sábado do Mastro, a partir das 9h, e na volta, a comunidade se prepara para mais uma rodada marabaixo no barracão da Tia Gertrudes.

Retirada do Mastro


Retirar os mastros é uma tradição secular que se repete durante o Ciclo do Marabaixo. As quatro comunidades do Laguinho e Favela, que festejam o Divino Espírito Santo e a Santíssima Trindade, entram na mata tocando caixas e dançando para retirar os trocos que serão levados para as casas onde acontecem os festejos, e erguidos após a rodada de marabaixo do Domingo do Mastro, ápice do louvor à Santíssima Trindade, que neste ano ano será em 24 de maio.

No bairro Santa Rita, antiga Favela, os festejos são em honra à Santíssima Trindade, que é um dos Mistérios da crença cristã, que acredita em um só Deus, formada pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo. Simbolizada por uma coroa que tem em cima uma pomba, as cores azul e branco predominam na casa de Natalina Costa, filha de Gertrudes Saturnino, pioneira do Marabaixo da Favela. É no Barracão da Tia Gertrudes, uma das primeiras moradias do bairro, que acontecem os festejos, desde a década de 1940.  

Murta da Favela


Conscientização ambiental

Na Favela a tradição sofreu adaptações em função da urbanização do bairro e da conscientização ambiental, trabalhada com as gerações mais jovens. O costume de retirar dois mastros, onde são penduradas as bandeiras da Santíssima Trindade, foi alterado, e hoje, apenas um mastro é derrubado, o outro é de acrílico. Em substituição ao ato de derrubar dois troncos, a comunidade traz do Curiaú mudas de árvores nativas, que as crianças são incentivadas a plantar no bairro.

Serviço:

Retirada do Mastro: A partir das 9h, no Curiaú
Rodada de Marabaixo: Das 18h à meia-noite, no Barracão da Tia Gertrudes
Sábado, 9/5

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Dia 1º de maio tem Marabaixo do Trabalhador no bairro da Favela

Texto e fotos: Mariléia Maciel


Dia do Trabalhador, 1º de maio, tem marabaixo na Favela, antigo bairro Santa Rita, a partir das 16h, e encerra meia-noite. É a continuação do Ciclo do Marabaixo e a segunda rodada da programação, que iniciou no sábado da Aleluia, e acaba no dia de Corpus Christi, 4 de junho. Realizada pela Associação Cultural Berço da Favela, a presidente Valdinete Costa, e os festeiros Iracema Oliveira e José Maria Costa, abrem o barracão da Tia Gertrudes para receber devotos da Santíssima Trindade e visitantes.




Os festejos em louvor à Santíssima Trindade acontecem na Favela desde a década de 40, na casa da família de Gertrudes Saturnino. Uma promessa feita pela falecida matriarca, para que a filha Natalina Costa engravidasse, reforçou a fé na santidade. Ao longo dos anos, conquistou centenas de fiéis e simpatizantes do tradicional marabaixo, manifestação cultural dançada e tocada durante os eventos, que mistura o lúdico e o religioso.


Lorena Mendes (à esquerda)

A programação continua no dia 9 de maio, Sábado do Mastro, quando membros da Associação, junto com outros grupos que realizam o Ciclo, fazem a derrubada dos mastros no quilombo do Curiaú. No dia 24, Domingo da Murta, tem o 3º marabaixo, e no amanhecer do dia seguinte, o mastro é levantado. De 22 a 30 de maio são rezadas as novenas, e no dia 31, tem o Almoço dos Inocentes, relembrando a promessa de Gertrudes, que ofereceu um almoço para 12 crianças, que simbolizam os apóstolos, e até hoje é realizado.


Lorrany Mendes


A programação do dia 1º inicia às 16h, com o cortejo nas redondezas do barracão, e às 18h as caixas começam a tocar seguindo o ritual do Marabaixo do Trabalhador. Os tradicionais caldo e gengibirra, são distribuídos gratuitamente.



Alan Cruz (com o microfone)

terça-feira, 21 de abril de 2015

Último curta da série homenageia Tia Zezé

Entrou no ar hoje no canal do Som do Norte no YouTube o curta-metragem Tia Zezé no Encontro dos Tambores, que encerra a série de curtas homenageando as entrevistadas pelo projeto documentário As Tias do Marabaixo

Tia Zezé, nascida Maria José Libório em 1º de janeiro de 1940, é filha de Gertrudes Saturnino, pioneira do Marabaixo no bairro da Favela (hoje Santa Rita), em Macapá, e irmã de Natalina, homenageada em nosso quarto curta, lançado no Domingo de Páscoa. Quando nasceu, sua família residia no Formigueiro, cujo nome oficial hoje é Largo dos Inocentes; em 1947, as famílias negras moradoras da área precisaram desocupá-la, a pedido do governo, nascendo assim o bairro da Favela. Dois anos antes, processo semelhante levara os negros moradores da orla do rio Amazonas, nas proximidades da atual Praça do Côco (Zagury), a saírem dali e criarem o bairro do Laguinho. Tia Zezé se destaca por ser cantora e compositora de ladrões de Marabaixo e também por tocar caixa de Marabaixo. A Banda Placa produziu o CD Favela onde Tia Zezé interpreta suas composições e conta um pouco de sua trajetória. 

O vídeo apresenta novo trecho do show do grupo Berço do Marabaixo no mais recente Encontro dos Tambores, realizado no Centro de Cultura Negra de Macapá em 23 de novembro de 2014, com Tia Zezé cantando o Marabaixo de sua autoria "Toar dos Tambores". O curta Natalina também trazia um momento desse show, com o grupo cantando "Mão de Couro" (Val Milhomem - Joãozinho Gomes). 



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  • Pré-estréia - Antes mesmo do lançamento no YouTube neste dia 21, o curta Tia Zezé no Encontro dos Tambores teve uma exibição especial no encontro mensal do grupo poético Pena & Pergaminho, no Centro Cultural Franco-Amapaense (Macapá), na sexta-feira, 17 de abril, junto com o curta Natalina. As fotos do evento são de autoria de Krollen Sousa. 



Fabio Gomes comentando 
o projeto, antes da exibição
Últimos ajustes na tela antes de começar 
a exibição do curta Natalina


sábado, 4 de abril de 2015

Na abertura do Ciclo do Marabaixo, nossa homenagem a Natalina

Anualmente, Macapá festeja o Ciclo do Marabaixo entre o Domingo de Páscoa e o Domingo do Senhor, o primeiro após o dia de Corpus Christi - são dois meses de festa em louvor à Santíssima Trindade (no bairro do Laguinho) e ao Divino Espírito Santo (no bairro da Favela, hoje Santa Rita). Já há algum tempo, a casa da dona Natalina Costa, um dos locais de festa na Favela, antecipa a abertura, comemorando o Marabaixo da Aceitação no Sábado de Aleluia.


Por esta razão, não haveria data melhor do que hoje para o lançamento do quarto curta da série As Tias do Marabaixo, que homenageia justamente dona Natalina. Este é o único vídeo da série que reúne cenas filmadas em dois momentos distintos - abre com a própria Natalina cantando um ladrão composto por sua mãe, dona Gertrudes Saturnino, à época da criação dos bairros da Favela e do Laguinho (anos 1940) e consequente divisão da população negra da cidade. Esta gravação foi feita pela equipe da Graphite Comunicação em 3 de junho do ano passado na biblioteca Gertrudes Saturnino, que fica anexa ao barracão que também leva o nome da pioneira.  Em seguida, temos o grupo Berço do Marabaixo, formado por familiares de Natalina (incluindo outra das entrevistadas do nosso doc, Tia Zezé), interpretando a música "Mão de Couro" (Val Milhomem - Joãozinho Gomes) no 20º Encontro dos Tambores (Centro de Cultura Negra do Amapá, Macapá), filmado por mim em 23 de novembro passado. 



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segunda-feira, 30 de março de 2015

Família da pioneira Natalina Costa prepara o Ciclo do Marabaixo da Favela de 2015

Texto: Mariléia Maciel

Fotos: Fabio Gomes


No Sábado da Aleluia, 4 de abril, às 16h, iniciam os festejos do Ciclo do Marabaixo, na casa da pioneira Natalina Costa, realizado pela Associação Cultural Berço do Marabaixo da Favela, com uma extensa programação que se prolonga até o mês de junho. Na antiga Favela, atualmente bairro Santa Rita, a homenagem é para a Santíssima Trindade, e as cores azul e branca predominam durante as festas religiosas e lúdicas, onde a cultura, tradição e memória são preservadas ao ritmo de caixas de marabaixo e louvores, intercalando as atividades religiosas com as lúdicas.   




Este ano os festeiros responsáveis são Iracema Oliveira e José Maria Costa, descendentes de famílias tradicionais que seguem o ritual secular, herança deixada por antepassados que dançavam o Marabaixo no centro de Macapá, de onde saíram para povoar os bairros Laguinho e Favela. O Ciclo do Marabaixo faz parte do calendário oficial de cultura do estado e é seguido nos dois bairros, com início na Semana Santa e encerramento no dia de Corpus Christi, com rodadas de Marabaixo, missas, ladainhas e baile.

Na Favela o Ciclo inicia no Sábado da Aleluia com o Marabaixo da Aceitação, e continua com outras rodadas de Marabaixo. No dia 9 de maio é o Sábado do Mastro, quando os grupos que realizam os festejos seguem para as matas do Quilombo do Curiaú, onde retiram os mastros, que na Favela será enfeitado no dia 24, o chamado Domingo da Murta, e levantado no dia seguinte, às 7h, ao som de caixas de Marabaixo. O dia 31, é  dedicado às crianças, que inicia com a missa e segue com tradicional Almoço dos Inocentes, seguida da tarde de brincadeiras.

Valdinete Costa, neta de Gertrudes Saturnino, que na década de 40 trouxe a família para a Favela, explica que a tradição continua, porém algumas adaptações foram feitas para que se adequasse à realidade. “O Almoço dos Inocentes iniciou com uma promessa feita por vovó Gertrudes para que a mamãe, Natalina, engravidasse. Com a bênção alcançada, a promessa foi cumprida, e o almoço para 12 crianças, representando os apóstolos, continua até hoje”.


A urbanização do bairro obrigou a mudanças, como os fogos, que atualmente são estourados até 22h e o som que reproduz as caixas, que não ficam no limite máximo. A consciência ambiental é trabalhada com as crianças, e atualmente, apenas um mastro é retirado da mata, o outro é de acrílico. O que vem do Curiaú são mudas de plantas que as crianças plantam na vizinhança. O compromisso com a história também é importante na Favela, e no ano passado foi inaugurada a Biblioteca Gertrudes Saturnino, com obras literárias e de arte de artistas com trabalho voltado para a cultura afro.


Programação do Berço do Marabaixo da Favela

4 de abril
16h - Abertura do Ciclo do Marabaixo da Favela - Marabaixo da Aceitação

1º de maio
16h - Marabaixo do Trabalhador

9 de maio - Sábado do Mastro
8h -  Buscar mastro no Curiaú

22 de maio
19h – Início da Novena da Santíssima Trindade
20h – Baile dos Sócios

De 22 à 30 de maio – 19h
Novena da Santíssima Trindade

24 de maio – Domingo do Mastro
20h - Marabaixo da Murta – Amanhece para o dia 25, para levantar o mastro

31 de maio
7:30 – Missa na Igreja da Santíssima Trindade
9:00 – Café da manhã no barracão da Gertrudes
12:00 – Almoço dos Inocentes
14:00 – Início da tarde de lazer com as crianças da comunidade

4 de junho
Marabaixo de Corpus Christi

7 de junho
Encerramento do Ciclo do Marabaixo da Favela

Local: Barracão da Tia Gertrudes
Av: Duque de Caxias, entre Manoel Eudóxio e Professor Tostes




domingo, 29 de março de 2015

Curtas tiveram primeira exibição pública nesta sexta



Na noite desta sexta, 27 de março, aconteceu durante o 3º Aniversarau do Pena & Pergaminho a primeira exibição pública dos curtas da série As Tias do Marabaixo. O evento foi realizado no auditório do Centro Cultural Franco-Amapaense, que pode ser apontado, creio eu, como o lugar que mais sediou encontros desse grupo poético, que já se reuniu publicamente mais de 30 vezes (outros encontros já aconteceram na Biblioteca Pública Elcy Lacerda e mesmo numa escola de idiomas).

A exibição abrangeu os 3 curtas já lançados, os em homenagem a Tia Zefa, Tia Chiquinha e Tia Biló. Antes da exibição, que aconteceu logo no início do evento, após a tradicional leitura coletiva de poemas, eu pude conversar com a platéia, contando um pouco sobre o processo de realização do documentário e lembrando as etapas já percorridas, em especial as filmagens e as exposições de fotos realizadas no ano passado. Após a exibição, a platéia pôde fazer perguntas, e apenas a poetisa Mary Paes fez uso da palavra - ela, que também não é amapaense (nasceu no Mato Grosso), quis saber da minha motivação para registrar aspectos da história do Marabaixo, uma tradição cultural que só existe no Amapá. Respondi que, como jornalista cultural, vejo que há duas correntes em minha profissão - uma que se satisfaz ao falar exatamente o que todo mundo já está falando, e outra que busca conteúdos originais para levar a seu público, e me incluindo fortemente nesse segundo grupo. Inicialmente a ideia seria registrar os depoimentos destas cinco senhoras apenas em áudio, porém devido a uma sugestão de Andreia da Silva Lopes, que achou melhor fazer as gravações em vídeo, decidi então encarar o desafio de tornar o projeto algo de cinema (literalmente - risos  - pena que na hora não me ocorreu esta metáfora).

Devo dizer que para mim foi uma grande alegria o convite, afinal boa parte dos participantes do Pena são meus amigos, e frequento seus encontros desde 2012, ou seja, antes mesmo de residir em Macapá. Considerando estes fatores, em especial ser uma plateia seleta, composta por artistas e/ou consumidores de produtos culturais com boa formação, é que não vi problemas em abrir uma exceção para fazer esta exibição pública antes mesmo de ter concluído os cinco curtas previstos - ainda faltam os em homenagem a Natalina e Tia Zezé. 

Quase houve uma exibição antes mesmo desta - na véspera, eu fui ao bar Diretoria, onde os curtas seriam exibidos no evento Quinta das Artes, produzido pela Andreia Lopes (ou seja, outro convite irrecusável), porém não foi possível mostrar os filmes porque o sistema do local não leu o formato dos arquivos que eu levei). Estamos vendo outra data e também meios de contornar essa questão técnica.

Para finalizar, quero, nas pessoas de Tiago Quingosta, Lara Utzig e Auridan Júnior agradecer a oportunidade desta exibição. Não tem como descrever minha emoção quando o público presente, talvez mais de 50 pessoas, me aplaudiram tão logo começou a aparecer na tela os créditos do curta Tia Biló, o último a ser exibido. : ' )


  • A previsão de conclusão dos cinco curtas é até final do mês de abril. Seguiremos o que já vem sendo feito: lançamento no YouTube e no Facebook, com postagens neste blog e no Som do Norte. Tão logo os cinco estejam prontos, pretendemos circular com eles nas escolas de Macapá e municípios vizinhos. Aliás, já na sexta, lá mesmo no Aniversarau, uma escola já nos convidou! 




quinta-feira, 26 de março de 2015

Nesta sexta a primeira exibição pública dos curtas em Macapá

Acontece em Macapá nesta sexta-feira a primeira exibição pública dos três curtas já lançados da série As Tias do Marabaixo, de Fabio Gomes.

Será no 3º Aniversarau do Pena & Pergaminho (ver cartaz ao lado) - o P& P é um grupo poético criado há 3 anos em Macapá e que mantém uma regularidade de encontro mensal de seus membros, aberto à população em geral e gratuito. 

Anualmente, em março, o aniversário do grupo é comemorado com um evento mais grandioso que a média, e é isto que teremos amanhã, tod@s estão convidad@s!





quinta-feira, 19 de março de 2015

No Dia de São José, nossa homenagem a Tia Biló

Hoje, 19 de março, é feriado em Macapá. Trata-se do dia consagrado a São José, padroeiro da cidade. Nesta data, em 1782, foi inaugurada a Fortaleza de São José, que Portugal mandou construir às margens do rio Amazonas para proteger a cidade. O dia todo terá diversas festas e comemorações em vários pontos da capital do Amapá.

Contribuindo com estas comemorações, programamos para hoje o lançamento do terceiro curta da série As Tias do Marabaixo, desta vez homenageando Tia Biló. A única filha viva de mestre Julião Ramos, pioneiro do Marabaixo no bairro do Laguinho, completou 90 anos no dia 10 de fevereiro.

No filme hoje lançado, ela aparece cantando um ladrão tradicional de Marabaixo ("É de manhã, é de madrugada"), junto com sua neta Laura do Marabaixo e seu bisneto Iury Soledade, no último dia de festa do Ciclo do Marabaixo do ano passado - 22 de junho de 2014, Dia do Senhor (6º Marabaixo). Nesse dia, eu e o cinegrafista Bruno Simões, da Graphite Comunicação, percorremos as quatro casas onde se celebra o Ciclo (além da casa da Tia Biló, a sede do Grupo do Pavão, também no Laguinho, e as casas da Natalina e da Dica Congó, na Favela). Estávamos fazendo um rápido registro da festa, pouco depois das 18h, hora em que praticamente só estavam no local os membros da Associação Cultural Raimundo Ladislau, quando tia Biló pediu um microfone e começou a cantar os versos do ladrão, surpreendendo a todos! 


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